terça-feira, 10 de agosto de 2010

La Linda Salta, mesmo com neve, surpreende

Quando alcançamos o norte argentino uma nova América Latina revela-se. Aqui costumes e aparência nativa Inca estão na grande parte dos moradores. Turistas, geralmente mochileiros em trânsito ou argentinos do sul em busca de cavalgadas pelas ¨quebradas¨, nome usado na região para formações parecidas com canions. Tudo é cacto, areia, terra vermelha, e céu azul, mesmo quando os termômetros estão abaixo de zero. As vezes neva, mas fica tranquilo porque demorou 10 anos para que isso acontecesse de novo, e foi bem no dia do nosso passeio.

Salta é a cidade com melhores opções em hostels, há inúmeros, com qualidade e preços entre sete e 10 dólares. As atrações não são muitas, mas os mochileiros param porque a localização é perfeita para um bom descanso, necessário, entre Bolívia e Argentina.

Ainda assim, só o interessante MAAM, Museo de Arqueologia de Alta Montaña,já vale pela parada. Lá estão expostas as múmias dos ¨Niños de Llullaillaco¨. São três corpos de crianças encontradas em 1999 no topo da montanha de mesmo nome. Acredita-se que foram vítimas do ritual Inca ¨La Capacocha¨, em que crianças da alta sociedade eram ofertadas à mãe natureza, ¨Pacha Mama¨. A preparação começava na antiga capital Inca, Cuzco, e uma peregrinação seguia até diferentes montanhas da cordilheira, onde as crianças eram enterradas ainda com vida. Era uma honra para a família ter uma criança escolhida, e para a sociedade, garantia de boas estações.

Para visitar os atrativos naturais é preciso uma agência ou alugar um carro, uma vez que são todos fora de Salta e não há transporte público. Fizemos o passeio até Cafayate que inclui parada na ¨Garganta del Diablo e Anfiteatro Natural¨, com visita no final do dia, a duas víniculas que produzem vinho da cepa Torrontés, típica da região. O frio atrapalhou um pouco a primeira parte do passeio, por conta da neve, mas chegando à Cafayate o céu abriu.

Os passeio pela região incluem inúmeras quebradas, como a de Humauaca, em Tilcara, ou ainda Salares Grandes, mini réplica do salar em Uyuni, Bolívia. Depois do passeio por Cafayate confesso que já estava cansada de ver cactos e terra vermelha que lembra muito a região onde cresci no norte do Paraná, e o interesse pela região foi diminuindo na mesma proporção em que a temperatura despencava. Tentamos visitar Humauaca, mas os -10 graus da noite anterior desanimou a todos. Salta, que em ¨quechua¨, idioma Inca, significa La linda, vai continuar a mesma, então fica para a próxima.

sábado, 31 de julho de 2010

Santiago, rica em atrativos o ano todo

Há uma disputa entre algumas cidades Sul Americanas para saber qual é a mais européia de todas. Pelo o que sempre pensei Buenos Aires seria nomeada sem sombra de dúvidas a campeã. Incrível como nossa opinião muda quando as informações que temos de um lugar são vividas, e não só através do que outros dizem. Depois de conhecer Santiago, Chile, estou certa de que há pelos menos um empate nesta disputa.

Tudo bem que a atmosfera de Santiago está mais para São Paulo do que para Paris. A cidade é rodeada pela Cordilheira dos Andes que bloqueia a troca de ar. Todos os dias forma-se uma cortina de fumaça, muito parecida com a da capital paulista no fim de tarde. Mesmo em dia ensolarado é quase impossível uma foto com céu azul em Santiago.

Tirando isso, a cidade é extremamente européia. Começando pelas contruções, principalmente no Barrio Bella Vista, a forte imigração de alemães e suíços, representada pelos inúmeros cafés e restaurante que levam Haus, Bahn ou Strasse nos nomes, além de ruas limpas.
Santiago não tem muitas atrações, mas seu mixto de capital e vilarejo, que vai aumentando quando mais se caminha para os bairros, conquista e convence os turistas a ficarem mais e mais. Nós não resistimos e extendemos nossa estadia de uma semana por 10 dias.

No inverno, temporada preferida dos brasileiros,as estações de ski, menos de uma hora da capital, atraem ainda mais turistas. Além da facilidade de vôos, optar por uma estação próxima da Santiago facilita na escolha de hospedajens com preços menos salgados que no sul do país, onde o valor da diária chegam ao triplo do preço. Inverno é o tempo dos brasileiros, mas não sei o que eles estão esperando para invadir não só Santiago, como to o Chile, no verão. Além de praia, de àgua gelada, confesso, as vinículas de uva Merlot, especialidade chilena, estão cheias de atrativos, incluindo uma temporada de trabalho na colheita, aprendendo tudo sobre os vinhos mais nobres da América do Sul.
De norte a sul, em qualquer época do ano Chile tem tudo para agradar turistas.

Sorry , Sorry, Sorry

Por mais de um mês nada foi publicado por aqui. O motivo foi uma volta inesperada ao Brasil de três semanas, e depois de reiniciada a viagem, quase duas semana de internet precária, falta de eletricidade e até mesmo água.
Pois é, estamos na Bolívia, o país mais pobre da América Latina. Mas não é isso que vai impedir o Blog de ser atualizado, a final, sinto que agora é que a viagem realmente começou, com problemas, atrasos, medo de infecção por bactérias, estradas precárias, banhos frios, mas acima de tudo, uma paisagem única, um povo extremamente simples, um céu sempre azul...Eu estou amando a Bolívia.
E só para constar, três semana no Brasil deu para matar saudade da feijoada.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cuidado com a Palta!!

Palta, fruta rica em vitaminas A, C, E e B6, tem mais proteínas que qualquer outra fruta, ferro, magnésio, potássio, sais minerais e age como poderoso antioxidante. Beneficia as artérias, reduz o mau colesterol e dilata os vasos sanguíneos, que entupidos podem causar infarto, e ainda possui a capacidade de bloquear agentes cancerígenos. Seu único ponto fraco é o alto teor calórico.
Opção do menu de um fast food chinelo, frango, tomate e palta.

Ah, esqueci de dizer que no Brasil palta é conhecido como abacate, e normalmente comemos com açúcar e limão ou batido com leite. Achava que só encontraria a palta servida com outros pratos no Peru ou México, no último caso, temperado e servido como guacamole. A surpresa foi quando na primeira noite no Chile pedi uma salada e metade do prato era palta fatiada, e no sandwich Italiano do Michael veio além de
carne e tomate, purê de palta.

Definitivamente aqui só levaram em conta os fatores positivos da fruta, uma vez que todos os pratos, absolutamente todos, podem ter uma colaboração do ingrediente. Cachorro quente, empanadas, sopa, pizza, neim mesmo os hamburguers do Burguer King escapam, porque a fruta também está no menu deles. Por isso, quando vier ao Chile e ver Palta como ingrediente do prato, pense duas vezes, porque o que eles servem não é um pedaço, mas um abacate inteiro.
Propagando de um dos lanches do Burger King:hamburguer, tomate,maionese, e claro, toda essa camada verde, palta.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A música argentina no melhor estilo social.

Raúl Alberto Antonio Gieco, popularmente conhecido como Leon Gieco é um dos representantes do rock folclórico de maior expressão na música argentina. Com mais de 50 anos de carreira, já teve suas canções comparadas às de Bob Dylan, e com certeza ele agradaria muitos fãs do cantor norte americano, mas também de brasileiros fãs de artistas como Zé Ramalho.

Leon Gieco trabalha uma mistura de gêneros que impede sua classificação como rock ou folk e tem como principal tema questões sociais. Foi perseguido pela ditadura argentina o que o obrigou a refugiar-se nos Estados Unidos. Entre os temas mais famosos estão ¨Hombres de Hierro¨, ¨En el país de la Libertad¨, ¨De Ushuaia a la Quiaca¨, ¨Santa Terejina¨, sobre uma adolescente condenada a prisão por abortar seu bebê fruto de um estupro, e ¨El ángel de la bicicleta¨ que narra a história do assassinato de Claudio ¨Pocho¨Leprati.

Em 19 de dezembro de 2001 em decorrer da crise que atingia o país com a queda do presidente Fernando de La Rúa, a polícia tentava conter protestos em Rosário e atirou fogo contra uma escola, Pocho subiu no muro e gritou “¡Hijos de puta, no tiren que hay pibes comiendo!” , (Filhos da p***, não atirem porque aqui há crianças comendo!). Ele foi alvejado por um dos policiais.

Vimos sua apresentação na comemoração do Bicentenário e me apaixonei pelo seu trabalho. Ele é realmente muito popular na Argentina, e foi a principal atração na noite de celebração da música latina, recepcionando artistas de outros países. Tocou também com o grupo Mundo Alas, formado por artistas com algum tipo de deficiência, e que recebe o apoio de Leon Gieco. Por todo o talento e dedicação a causas sociais, vale a pena escutar seu trabalho e conhecer sua história. Leon Gieco com artista do Mundo Alas

Página oficial

http://www.leongieco.com/

Mundo Alas

http://www.mundoalas.com.ar

domingo, 13 de junho de 2010

Posso escrever os versos mais tristes...

Hoje visitamos um dos museus em homenagem a Pablo Neruda aqui no Chile. Ele morou em três casas, uma na capital, apelidada de ¨La Chascona¨que era usada para encontros românticos com sua amante Matilde. Há também as casas em Isla Negra e Valparaíso onde viveu com sua terceira esposa. Além de poeta, Pablo Neruda foi político de grande expressão no país , representando o Chile como dilomata na Birmânia.

Pablo Neruda é um dos meus poetas preferidos e visitar sua casa me lembra muito o tempo de ¨colégio¨quando eu e minha amiga Camila adorávamos sua obra. Um pouco de Pablo Neruda para vocês...

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".

O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me
amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.

Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.


A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.

É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Pablo Neruda

sábado, 12 de junho de 2010

Não é dia dos namorados no Chile, e eu acho isso ótimo.

No Chile o dia dos namorados é comemorado como na maioria dos países, no mesmo dia de São Valentin, então só lembrei da data quando já era tarde. Para ser honesta, é bom quando não há uma obrigação de escolher um presente, sair para jantar e ter uma noite româtica só porque o comércio diz que isso é o que você tem que fazer. Para tudo isso não é preciso uma data, não é mesmo? E como na Suiça o dia também é comemorado em 14 de Fevereiro, a data não faz sentido para mim neste ano.
Pedra Lapiz Lazuli


Mesmo assim pensei em alguma sugestão de presente aqui da região. Ainda não estou morrendo de frio a ponto de me render ao ¨poncho¨típico do Chile e como a maioria das mulheres tenho um apreço por pedras, escolheria algum objeto feito com a pedra chilena, Lápiz Lazuli.


Com um azul profundo, a pedra semipreciosa é matéria prima para jóias caras quando não apresenta ¨defeitos¨causados por outros materiais como pirita ou calcita. É encontrada também no Afeganistão, Estados Unidos, Egito e Canadá. No Chile, segundo maior explorador, é uma das principais fontes de renda dos moradores de Ovalle, capital da província de Limarí, 421km de Santiago.




A maior p
arte das peças encontradas no mercado popular aqui de Santiago levam apenas o nome Lapiz Lazuli pois são nada mais do que Jasper, pedra Alemã de pouco valor, colorida artificialmente de azul.








A cor é tão fascin
ante que ficaria satisfeita até mesmo com a cópia, mas peças verdadeiras são encontradas em tamanhos menores pelo valor aproximado de 50 dólares.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Tibet fica na Argentina: Uspallata e suas belas montanhas.

Uspallata é um vilarejo duas horas de Mendoza, quase na divisa com o Chile, de nome totalmente desconhecido para mim até essa semana. Mas sua bela paisagem já foi vista por milhares de pessoas pelo mundo, mesmo sem receber a fama, quando suas montanhas foram cenário para o filme ¨Sete anos no Tibet¨ (1997) estrelado por Brad Pitt. Mas engana-se quem pensa que em todos os lugares só se fala de sua participação em Hollywood, pelo contrário, a única lembrança do filme são algumas fotos dos atores espalhados pelos restaurantes e bares da única avenida da vila. Ao lado estrada em Uspallata


Uspallata tem muito mais atrativos. Além de rotas para serem exploradas a pé saindo do centro do povoado, como a Via Crucis ou a Montanha das Sete Cores, partindo do terminal central há ônibus para a Puente del Incas, formação rochosa que deu origem a uma passagem natural sobre o rio Las Cuevas, caminho usado por Incas e militantes de San Martín na travessia dos Andes. Partindo da Puento del Inca uma caminhada de 4km cheia de descobertas leva ao Parque Provincial Aconcagua. Com mais uma hora de caminhada pela rota do parque é possível alcançar a base da montanha mais alta fora do Himalaia, e admirar seus 6.962 metros de altura. Via Crucis em Uspallata.

O único hostel da região é o Hostel International Uspallata, além disso há hotéis, pousadas e hotéis de luxo. O hostel tem acomodação simples e nem sempre banho quente, mas os donos são incrivelmente amáveis. Não é preciso reserva para o inverno, uma vez que a montanha fecha quando há muita neve e os alpinistas não aparecem. No verão é a única opção barata para mochileiros, é preciso reserva.


Saindo de Mendoza a passagem será para Uspallata mas peça ao motorista que pare no Hostel, cerca de 3km do centro do povoado. Eles estão acostumados e sabem do que você está falando. O mesmo para quem vem de Santiago, após passar pelo terminal de Uspallata avise que vai descer no Hostel, ou sua próxima parada será em Mendoza.



Hostel Uspallata

http://www.hosteluspallata.com.ar/


Atrações em Aconcagua

http://www.aconcagua.mendoza.gov.ar/

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Malbec, o melhor representante do vinho argentino

O nome, que siginifica mal a boca, e a origem são francesas, mas foi na Argentina que a uva rejeitada pela Europa encontrou sólo e mercado fértil. Hoje o vinho Malbec corresponde a mais de 70% da produção argentina, cerca de 10 mil hectares, e colocou o país no quinto lugar do ranking de maiores produtores do mundo, primeiro lugar na América do Sul.
Ao lado vinhedo em Mendoza.

A uva malbec veio para a região de Mendoza com os primeiros imigrantes franceses ainda no século XIX . Apesar da adaptação perfeita, por mais de 200 anos a produção foi amadora, muito vinho com pouca qualidade. Apenas na década de 90 a Argentina, assim como outros países do ¨novo mundo do vinho¨ como Brasil, Chile, Suíça, E.U.A., Austrália e África do Sul , decidiram que pa
ra competir com o ¨velho mundo¨ formado por Itália, França, Espanha e Portugal, era preciso uma mudança radical na produção.

O vinho do ¨novo mundo¨ era para ser degustado jovem. As mudanças têm como objetivo alcançar uma produção de vinhos nobres, para serem degustados com 15 a 20 anos de idade. Ainda assim é preciso esperar alguns anos para saber se os vinhos produzidos há uma década na Argentina terão a mesma qualidade dos produzidos há séculos na Europa. Mas uma coisa é certa, as mudanças no cuidado com a produção já alcançaram resultados com vinhos mais jovens como o ¨Cadus Malbec 1999¨, ¨Catena Zapata 1997¨ ou o ¨Ferrer Malbec 2003¨, que figuram entre os melhores vinhos do mundo.

*Todas as informações foram passadas em uma degustação ¨grátis¨no Hostel Empedrado, em Mendoza.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Todo mundo ama o Mr. Hugo: visita às vinículas de Mendoza.

Os passeios pelas vinículas de Mendoza são geralmente feitos de duas formas: contratando o serviço de uma agência de turismo oferecido em todos os hostels ou hotels, ou alugando uma bicicleta, já na região da vinículas, cerca de 30 minutos da cidade com transporte público. Ao lado vinívula La Rural onde também está o Museo do Vinho.

Na primeira opção visita-se geralmente duas vinículas,
alguns passeios têm almoço incluído. Os preços são no mínimo 50 pesos por pessoa, com duração de 4 horas o tour. Caso prefira a segunda opção, o destino mais perto de Mendoza é Maipú, onde várias agências oferecem o aluguel das bikes. Não há um guia, cada pessoa escolhe o que prefere visitar, cerca de 15 vinículas estão preparadas para receber turistas, e algumas além do vinho produz licores e azeite de oliva.

Optamos pelo passeio de bicicleta e chegar cedo é fundamental. As vinículas estão espalhadas por
uma área de 14km, distância relativamente fácil quando não se para a cada 2km para provar um vinho ou quando há pista exclusiva para ciclistas, o que não acontece por aqui. Apenas uma parte da avenida esta preparada para o turismo feito de bike. Na maior parte, fomos pelo acostamento de pedra fugindo dos caminhões. Fiquei imaginando como deve ser no verão quando milhares de turistas visitam a cidade. O precário caminho das uvas em Maipú.


Uma das melhores partes do passeio sem dúvida é Mr. Hugo, nome da loja em que alugamos as bicicletas e também de seu dono, um senhor na faixa dos 60 anos que recebe a todos os clientes como se fossem velhos conhecidos. Uma garrafa d´agua e um ¨copo¨ de vinho são oferecidos quando alugamos as bicicletas, e vários na volta. Como todas as víniculas fecham depois das 17h30min no inverno, todo mundo volta para Mr. Hugo e fica por lá, bebendo vinho e esperando o próximo ônibus para Mendoza.

Mr. Hugo
Bikes

http://www.mrhugobikes.com


Só isso?

Fiz esse tipo de turismo de vinho
em Napa Valey, na Califórnia, e comparando, a região que visitei em Mendoza ainda tem muito o que melhorar. As vinículas oferecem pouca variedade de vinho e quase nenhuma explicação sobre a região e o produto do local. Na Califórnia eram oferecidos cerca de 8 vinhos por vinícula, com uma tabela, e conforme os vinhos eram degustados e explicados cada um dava notas sobre o sabor, a cor, o cheiro... Talvez no verão, quando há mais turistas, as opções sejam melhores, infelizmente as que visitamos não foi o esperado. Ainda sim o tempo em Mendoza é sempre muito ensolarado e aproveitamos na medida do possível o que visitamos. As duas fotos são da vinícula Tempus Alba, uma ótima opcão para o fim de tarde.

Vinícula Tempus Alba

http://www.tempusalba.com/


Vinícula Trapiche

http://www.trapiche.com.ar/

Do pó ao vinho, assim se fez Mendoza.


Ao oeste da Argentina, se aproximando dos Andes, Mendoza é a capital do vinho, e a quarta maior cidade do país com 110mil habitantes. Em 1861 a cidade, que sofre abalos sísmicos constantemente, passou pela sua maior tragédia: um terremoto devastou a região matando 40% da população. Mendoza foi reconstuída inspirada em cidades europeias que passaram pelo mesmo drama, e 20 anos depois, sua econômia já se destacava com base na exploração petrolífica e produção de vinho.
Ao lado Parque San Martín.



Prato cheio para amantes da bebida, com vários festivais durante o verão, no entanto, destino de no máximo 3 dias para a maioria que no vinho sente apenas o gosto da uva. A cidade não oferece nada além do Parque San Martín e um delicioso Mercado Central. Ainda assim, Mendoza está cheia de turistas o ano inteiro por dois motivos: primeiro, é a cidade com o maior número de hotels e hostels para os que vão visitar as víniculas, cerca de 30minutos do centro. Segundo, é a principal parada de descanso para quem viaja entre as regiões da Argentina ou vem do Chile.




Nos hospedamos no Hostel Empedrado, membro do grupo Ho.La, e só uma palavra pode definir este hostel: perfeito. Extremamente barato, 7 dólares a diária, limpo, boa acomodação,
café da manhã completo com leite, ovos, frutas...Não por menos estava sempre cheio.


A parte ruim de Mendoza, para nós, foi usar o transporte público. Logo que chegamos, indo para o hostel, o motorista saiu em disparada, o Michael entrou mas eu fiquei para trás. Na segunda tentativa, depois de 30 minutos n
o ônibus percebemos que a direção estava errada, descemos e tomamos o correto que 10 minutos depois quebrou. Tivemos que descer e esperar mais 20 minutos pelo próximo. Despois disso nada de ruim aconteceu simplismente porque decidimos não usar mais o transporte público. Ao lado nosso adorável ônibus quebrado.


Empedrado Hostel and Wine


http://www.empedradobb.com.ar/

* O desconto para membro Ho.La vale apenas quando a reserva é feita pela página oficial do hostel ou pessoalmente.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cemitério da Recoleta X El Caminito

O primeiro, onde descansa a alma dos que atingiram o apcie em suas carreiras e vida social. São heróis de guerra, engenheiros, médicos, ex-presidentes e celebridades políticas como Evita Perón. Cravaram seus nomes na história argentina e em túmulos monumentais.


O segundo representa a probreza de argentinos que por décadas foram a mão de obra do antigo porto da cidade, e sem condições de pintarem suas casas, usavam restos de tintas dos navios para tornar a vizinhança mais colorida.


Talvez seja errada uma comparação, pois os dois são imprescindíveis a qualquer visita à Buenos Aires, mas foi inevitável. Como ignorar um lugar em que tantos túmulos estão abandonados, à merce do tempo, apesar da importância de seus feitos para a nação. Será que não existem mais herdeiros, o que fizeram para serem esquecidos? Ainda assim, esse abandono contribui com uma beleza nostalgica, pura e desolada. E em comparação, como ignorar o colorido do que um dia foi uma rua de operários, e hoje se resume a uma quadra tomada por lojas de "souvenir" e restaurantes que disputam cliente oferecendo espetáculos de Tango? Tudo com um colorido surreal de tinta fresca que em nada remete ao que poderia ser o verdadeiro Caminito.

A memória da elite da Recoleta pode estar sim abandonada por alguns de seus herdeiros, ainda assim, se mostra natural. Já o cuidado excessivo em transformar as casas do El Caminito em um ponto turístico apagou a memória do que um dia era uma periferia colorida e hoje nada mais é do que ponto turístico.

Sinta-se em casa no Hostel Arrabal

Eu tenho uma queda por hostels em que os funcionários também são hóspedes/moradores.Geralmente estrangeiros que gostaram da cidade e foram ficando, ficando...Esses viajantes trocam algumas horas diárias de trabalho por casa. O resultado para o hostel com essa prática é muito favorável aos mochileiros. A convivência com a "staff" faz do lugar um pouco a nossa casa e cria laços de amizade.
Nosso segundo Hostel em Buenos Aires tem essa política. Um casal argentino, um estudante uruguaio e uma inglesa se dividem na recepção. Como vários dias na cidade foram nublados, o convivio com eles foi maior do que geralmente acontece quando se sai a passeio todos os dias, com partidas de Xadrez, "assado" na varanda, futebol na TV, e até aulas de português.

Além de funcionários extremamente amigáveis, Arrabal tem dormitórios confortáveis, banheiros limpos, e cozinha bem equipada, com execeção da geladeira que explodiu graças a uma garrafa de cerveja esquecida no congelador. Localizado no Bairro de San Telmo, centro histórico do Tango, poucas quadras do Obelisco e apenas duas da Av. 9 de Julho, a vizinhança oferece sempre alguma atração. O ponto negativo do hostel fica por conta do café da manhã fraco, bem fraco. Ainda assim é uma ótima opção de hospedagem em Buenos Aires.

Hostel Arrabal Buenos Aires

http://www.hostelarrabal.com.ar/

Ho.La Hostels Latinoamerica


http://www.holahostels.com/
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Ho.La Hostels

O Hostel Arrabal faz parte de uma associação de hostels espalhados pela América Latina. Diferente do HI, Hostelling International, que exige uma carteira de membro com custo de 20 dólares, para ser membro do Ho.La é de graça, e lhe dá o direito a 10% de desconto em todos os hostels afiliados por 10 países.

Revolução de Maio, a Argentina está em festa.

Em nosso primeiro final de semana em Buenos Aires o país comemorava o Bicentenário da Revolução de Mayo, um dos feriados mais importantes para os argentinos. Há dois séculos começavam os primeiros movimentos sociais pela emancipação do vice-reinado da Prata, hoje Argentina, dos poderes da coroa espanhola. Entre os dias 21 e 25 todo o país foi tomado de patriotismo, com bandeiras nos prédios, botons nas roupas e muita celebração aos heróis do movimento e suas conquistas.
O cronograma de Buenos Aires contou com exposições, reabertura do Teatro Cólon, feira de gastronomia pela Av. 9 de Julho, além de muita apresentação grátis de artistas representando as inúmeras vertentes da cultura argentina e latino americana, contando até mesmo com a presença de Gilberto Gil, representando a música brasileira. Cristina Kirchner acompanhou várias celebrações na capital, e dançou música porteña sob os olhares de outros chefes de estado. Lula estava lá.

O que realmente surpreendeu de toda a celebração foi a segurança. Mais de 400 mil pessoas se reuniram todos os dias e noites, enfrentaram filas para comer e ver todas as atrações, indiferente da classe social. Em momento algum tive a sensação de insegurança ou tumulto. Pelo contrário, turistas e argentinos, idosos, adultos carregando carrinhos com seus bebês... Todos tomando o melhor do vinho argentino ou apenas o mate celebraram o bicentenário como se a conquista fosse hoje.

Até um dia chuvoso pode ser agradável em B.A.

Último dia em Buenos Aires e o céu mais uma vez insiste em atrapalhar. Tivemos dias lindos de sol, não vou ser injusta, mas quando o tempo resolveu fechar o trabalho foi muito bem feito. Dos 12 dias na cidade, pelo menos metade foi nublado, e três sob incessante chuva.
Mas o mau tempo também trouxe uma agradável coincidência. Tivemos a oportunidade de encontrar a Andressa, amiga de longa data que a caminho de Ushuaia teve o vôo cancelado na conexão em Buenos Aires. Nada melhor do que encerrar nossa temporada recepcionando a dela com um lugar histórico da cidade como o Café Tortoni.


Fundado em 1858, Café Tortoni carrega mais do que a responsabilidade de ser o café mais antigo do país. Sua atmosfera foi inspiração para artistas célebres da cultura Poteña que formaram a " Agrupación de Gente de Artes y Letras", reunindo pintores, jornalistas, escritores e músicos. Seu palco acolheu Carlos Gardel, maior ícone do Tango, e poetas comoRaúl González Tuñon e Alfonsina Storni. Sua fama hoje vai além dos intelectuais argentinos e recebe todos os anos turistas que sempre enfrentam filas para desfrutar o mesmo que personalidades como Hilary Clinton em sua passagem pela cidade desfrutou.

Muitos tomam apenas um cafézinho, mas o menu é variado, de empanadas a especialidades feitas com o melhor da carne argentina, saladas, sobremesas, frios... São oferecidos espetáculos de Tango todas as noites em uma sala separada, em que pode ser incluido um jantar. Mesmo que seja apenas para tomar um copo d´agua a visita vale pela história e beleza do local.




























Café Tortoni Buenos Aires


http://www.cafetortoni.com.ar/

Outlet de Buenos Aires é propaganda enganosa.

Desde que morei nos Estados Unidos e conheci o "fantástico mundo dos Outlets" minha relação custo/benefício com um produto mudou. Aprendi que há sempre uma forma de comprar produtos da moda, com qualidade e de marcas renomadas pagando pouco. Risoriamente pouco. Para exemplificar minha idéia, pegue um produto de alguma marca famosa como Adidas ou Nike. Se for uma camiseta o preço é acima de R$ 100,00, no caso de um tênis, ainda que em promoção, ele custou no mínimo R$ 300,00. Agora olhe a etiqueta, onde este produto foi feito? Provavelmente algum país do leste europeu ou asiático, pode ser Taiwan, Indonésia, Vietnã, China...Qualquer lugar onde o custo é mínimo, a ponto de a cada estação o que sobra será vendido por 10 dólares em um outlet dos Estados Unidos. Este produto que nos oferecem nas lojas comuns não têm qualidade suficiente para valer o que é pago, porque foi produzido para uma sociedade onde tudo é facilmente descartável e o resto pode ser vendido em outlet por preços baixos.

O outlet, assim como Coca Cola e Mc Donalds, é mais um personagen da cultura americana ramificada para tantos outros países. Por isso considero uma ofensa usar o nome outlet e tax free (livre de taxa) para as lojas da Rua Córdoba em Buenos Aires. Os produtos oferecidos são refugo, o resto, alguns com defeito ou sujos, nunca no tamanho small no setor feminino, e cifras distante do que realmente valem. Pechincha aqui é uma ilusão. No máximo é possível encontrar produtos com preços comparáveis a 30%, 20% e desconto em uma loja comum no Brasil. " That´s it".
O nome é tão erroneamente usado que encontrei a mesma jaqueta da Nike mais barata na Av. Santa Fé, onde há lojas para a elite, do que no outlet.

Tax Free? Outra mentira, prefira a Duty Free no aeroporto. A mesma máquina fotográfica que na Suíça sai por 4.800 pesos, aqui nao encontramos por menos de 6 mil. Ainda assim mais e mais turistas se arriscam pela rua dos outlets, assim como eu, que depois de entrar em mais de 90% das lojas checando preços, sai revoltada e com a certeza de que fui enganada pelo o que sempre lí nos guias de Buenos Aires sobre compras.
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Invista suas compras na Calle Florida

Ela não recebe o nome de Outlet, mas tem os mesmos preços e mais opções. Conta com lojas de departamento como a Falabella, uma Macy´s argentina. Ainda tem uma grande variedade de marcas nacionais, com produtos em couro, único item que encontrei a preços realmente abaixo dos brasileiros.
Caso dinheiro não seja um problema, outro destino é a Av.Santa Fé ou Galerías Pacífico

Giramondo Hostel: ótima opção para estudantes

Para os que procuram um hostel com espírito mochileiro, este não será a melhor opção. Localizado em Palermo, perto da vida noturna jovem e moderna, das lojas de novos designers, de parques, zoológico, e da famosa rua Córdoba, endereço preferido dos turistas que não resistem a um outlet, Giramondo parece perfeito para quem não abre mão de estar em um dos bairros da moda de Buenos Aires, e as facilidades e gastos extras que esta vizinhança proporciona

Mas para um mochileiro, só o fator compras já é o suficiente para não escolher este hostel. Quer mudar o motivo da sua viagem? O peso da sua mochila? O preço da diária, que chega até 8 pesos mais cara do que concorrentes em bairros tão famosos quanto Pelermo, é outro ponto crucial para evitar o endereço e também reflete no perfil dos hóspedes. Giramondo é perfeito para estudantes europeus, com moeda favorável, e que geralmente não estão bancando os custo. Ponto positivo caso você seja um estudante na faixa dos 18-25 anos e não esteja disposto a falar espanhol além das aulas privadas. Em 3 dias hospedados não encontramos nenhum mochileiro, neim mesmo um sul americano.

O que faz do Giramondo uma opção? Sem contar o perfil dos hóspedes e o preço, é o melhor hostel que já fiquei no quesito limpeza de banheiros e quartos. Os funcionários são simpáticos e falam um ótimo inglês. E o café da manhã vale um ponto extra: suco natural, ovos, dois tipos de pão, "media lunas", leite, cereais, tudo incluído na diária e disponível até as 11h, o que faz muita diferença.

Siga o quadro com as notas de cada Hostel que visitamos em Hostel Rating.

Giramondo Hostel Bar Buenos Aires:


http://www.hostelgiramondo.com/

* O bar fica em outro endereço.
* Reservando 5 noites pelo site do hostel ou na chegada, a sexta noite é de graça.


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Bairro Palermo:

O nome Palermo é uma homenagem a Juan Domínguez Palermo, maior proprietário de terras da região, que já foi um centro agrícola. Hoje as plantações deram lugar ao bairro mais extenso de BA, repleto de residências e parques. É o pulmão da grande metrópole, a inspiração de jovens estilistas, a bohemia dos que querem diversão além do Tango. A atividade de artistas e jovens no bairro deram origem a sub-regiões como Palermo Soho e Palermo Hollywood. Mas ainda restou espaço para os que construiram casarões onde ricas familias deram espaço a elegantes restaurantes.
Palermo dorme tarde e caminhar por suas ruas arborizadas é agrádavel e seguro a qualquer hora do dia ou da noite. E pelo caminho há sempre uma "Confeteria" com incontáveis delícias ou um bar com mesa ao ar livre.

Do Brasil para a Argentina de ônibus

Com os preços das passagens de avião mais acessíveis, viajar de ônibus para Buenos Aires parece sem sentido. Mas no caso de um mochilão já percebo que muitas regras de turismo não são aplicáveis.E como uma das melhores táticas de economia de um mochileiro é não ter pressa, um trecho de aviao só de ida não apresentou vantagens.

Há opçoes de ônibus saindo até mesmo de São Paulo e Rio de Janeiro e se a partida for do Rio Grande do Sul, há ainda mais opções. No meu caso saí de Rolândia com destino à Florianópolis onde passei um final de semana com amigos com quem fiz intercâmbio nos EUA. Despois de três dias de muitas conversas e memórias regadas à vodka com cranberry, parti na segunda feira, 17 de maio, ao encontro do Michael que já me esperava em Buenos Aires.

De Floripa apenas a Pluma faz o trajeto, pelo menos em baixa temporada. Dez passageiros embarcaram, às 10h15min, e muitos ficaram pelo caminho:Torres, Porto Alegre, Rosário do Sul, Alegrete, São Gabriel, Uruguayana, Passo Libre, e finalmente, às 13h30min do dia seguinte, Buenos Aires. Acostumada com os ônibus em ótimo estado das companhias do Sul e Sudeste do Brasil, me surpreeendeu a precariedade da Pluma. O ônibus que nos levou pelo cansativo caminho raramente seria usado para transportar estudantes em um trajeto de 30 minutos. Os bancos até reclinavam, mas molhava, e sob forte chuva, tivemos que parar e ter o ônibus "enxugado" por um funcionário. Claro que a ida por terra ainda é aconselhável, mas para quem não tem pressa, e pode gastar um pouco mais, parar em Porto Alegre e ir por outra companhia é uma ótima alternativa.

Pluma (por sua conta e risco):

http://www.pluma.com.br/



27 Horas de tortura:

10:15: Saida de Floripa;
13:30: 30min para almoçar;
17:30: Parada em POA. Descem apenas os que vão ficar;
17:32: crio coragem e vou ao banheiro do ônibus, que já contaminava tudo quando abria a porta.
17:26: melhor não tomar mais água a ter que enfrentar o banheiro de novo;
19:15: bem vindo a Raabelândia;
21:45: janta em São Gabriel;
02:26: imigração;
02:10: tentam secar o chão e disfarçar o cheiro do banheiro;
02:12: sou intoxicada por "Bom ar";
07:40: parada para "desayuno",
13:30:chego em BA.

domingo, 6 de junho de 2010

A arte de preparar uma mala

Sim, eu considero isso uma arte. Porque eu sempre passo noites tendo pesadelos com relação ao peso, com o que eu devo levar, e quando eu alcanço meu destino, nunca tenho o que preciso, e fico pensando em alguma coisa que ficou para trás e poderia estar comigo.

Mas eu sempre tive a vantagem de ser brasileira, e para nós ainda é permitido em voos internacionais levar 32kilos, e não 23 como a maioria dos mortais. Além disso, sempre tenho alguém esperando por mim na chegada, quando o risco de excesso de bagagem é maior. Para ter uma idéia do meu drama, já voltei de viagem com duas malas de 32 kilos cada + uma backpack de 19 + uma bagagem de mão que me impossibilitou de caminhar pelo aeroporto enquanto esperava a conexão. Eu sou o terror desses pobres homens que levam nossa bagagem da esteira do check in para a aeronave.

Mas com o mochilão isso teve que mudar. Afinal, qualquer futilidade a mais são as minhas costas que vão sentir. Fui bem avisada pelo Michael que nao teria em momento alguma minha bagagem carregada ou até mesmo compartilhada por causa de uma sapato de salto alto, um vestidinho, um creme. Assim eu parei, com medo e ameaçada pelo meu namorado, na frente do meu guarda-roupas escolhendo o que eu precisaria ou não para os próximos meses.

Fui econômica e prática como nunca. Pensei não só em combinar tudo, mas no peso ou em quanto isso poderia amassar a ponto de não ser usado quando um ferro de passar nao estivesse à disposição. Tudo escolhido foi posto em cima da minha cama, dobrado, e depois, arrumado dentro da mochila em ordem de necessidade, por exemplo, levo duas calças jeans, uma vou vestida, logo a outra pode ir no fundo da mala.

Concluí que para mulheres é muito mais fácil. No mesmo espaço que cabe uma camiseta masculina cabem 3 femininas. Imagine então um tênnis 43 comparado ao meu "princess" 36. Saí em vantagem, coloquei todos os cremes que queria, 4 cores de esmalte, uma bota de salto alto, 3 livros, e deixei meu namorado morrendo de inveja dos meros 15kilos da minha mochila.


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1- Escolha o que "acredita" ser necessário, e arrume sobre a cama. Não coloque tudo dentro da mala sem antes observar o volume total do que leva.

2- No caso de mochilão com diferentes climas, pense no primeiro. No nosso caso será o frio do Chile e da Bolívia. Levamos casacos que serão abandonados. Roupas de verão compramos pelo caminho.

3- Economize nos frascos. Não é preciso shampoo para 3 meses, a menos que seu destino seja o Pólo Norte.

4- Escolha 2 peças especias. Pode ser algo para sair a noite, um sapato, uma blusa "melhorzinha".

5- Sempre há uma alternativa para o que está acostumado a usar em casa. Sempre.

Antes de partir: vacinas

Sei que nessa época fala-se apenas da vacina contra a gripe H1N1, mas há uma outra vacina muito importante caso seu destino sejam países da América do Sul: contra febre amarela. No caso de residentes, ela é obrigatória sempre, mas além da carteirinha comum emitida pelos postos de saúde, alguns países exigem na fronteira a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia, concedido apenas pela Anvisa.
Esta carteira é gratuita e retirada em locais onde há um posto da Anvisa, como aeroportos internacionais e portos. Antes de ir direto ao aeroporto mais perto, certifique-se de que ele é atendido pelo órgão. Há aeroportos, como por exemplo, o da cidade de Londrina, Pr, que ainda não contam com o serviço.
Leve a carteira comum de vacinação, com a vacina válida, eles ¨não vacinam no aeroporto¨, e um documento com foto. O Certificado Internacional fica pronto na hora e vem com um livreto de dicas de como se prevenir contra outras doenças, como malária e dengue.

Lista com os postos da Anvisa, por estado:
Relação da OMS dos países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação:
http://whqlibdoc.who.int/publications/2007/9789241580397_11_eng.pdf

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O que é febre amarela?

Causada pelo virus da febre amarela, a doença é transmitida por mosquitos e ocorre exclusivamente na América Central, na América do Sul e na África. Os sintomas iniciais são febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios. Em algumas horas podem surgir náuseas, vômitos e, eventualmente, diarréia. Após três ou quatro dias, a maioria dos doentes (85%) recupera-se completamente e fica permanentemente imunizado contra a doença.
Fonte:Cives